Perdurantismo

Perdurantismo, também conhecido como teoria da perduração, é uma corrente filosófica que aborda questões de persistência e identidade.[1] Atualmente, o debate sobre a persistência envolve três teorias principais - o endurantismo, que considera objetos como entidades tridimensionais, e o perdurantismo e exdurantismo, ambos quadridimensionalistas. Segundo o perdurantismo, todos os objetos são concebidos como minhocas quatro-dimensionais, abrangendo diferentes regiões do espaço-tempo. Esta visão sintetiza todas as partes temporais instantâneas de um objeto, integrando-as em uma totalidade abrangente. O perdurantismo sugere que, em última análise, são apenas as partes temporais que estão sujeitas a mudanças. Katherine Hawley, em sua obra "How Things Persist", define mudança como a alteração de propriedades em diferentes partes temporais de um objeto.[2]

Ao considerarmos o perdurantismo, uma teoria filosófica sobre a persistência e identidade dos objetos, é importante entender sua perspectiva peculiar sobre a temporalidade dos objetos. Imagine uma maçã como exemplo. Sob a lente do perdurantismo, essa maçã não é apenas uma entidade que ocupa espaço, mas também uma que se estende ao longo do tempo. Podemos visualizar a maçã não apenas em seu estado atual, mas também como uma sequência de eventos que inclui desde o brotar da flor até sua decomposição final. Cada etapa desse processo é vista como uma parte temporal da maçã, formando uma espécie de "fatia temporal" da sua existência. Assim, o perdurantismo considera o objeto em sua totalidade temporal, abrangendo desde o seu surgimento até seu desaparecimento, ao invés de apenas sua manifestação presente no espaço.

A distinção entre duas formas de entender a persistência dos objetos, utilizando o termo "perdurar", foi introduzida por David Kellogg Lewis em 1986. No entanto, o debate contemporâneo revela desafios na definição tanto do perdurantismo quanto do endurantismo. Por exemplo, o trabalho de Ted Sider em 2001 sugere que objetos que persistem ao longo do tempo podem ser entendidos como tendo partes temporais. Assim, uma definição mais precisa do perdurantismo seria afirmar que os objetos têm uma parte temporal em cada momento de sua existência. Atualmente, não há um consenso universal sobre o que constitui o perdurantismo. Alguns argumentam que essa questão pode ser resolvida ao conceber o tempo como uma função contínua, em vez de discreta.

O termo "quadridimensionalismo" é usado como sinônimo de perdurantismo, principalmente pelo filósofo Ted Sider. Essa perspectiva não se restringe apenas a objetos físicos, mas também pode ser aplicada a entidades abstratas temporais, mesmo que não tenham uma dimensão espacial. Por exemplo, as almas imateriais ou universais, como defendido por David Malet Armstrong, podem ser consideradas dentro dessa estrutura conceitual quadridimensional.[3]

  1. Temporal parts – Stanford Encyclopedia of Philosophy
  2. Hawley, Katherine (30 de setembro de 2004). How Things Persist (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press. 12 páginas. ISBN 978-0-19-927543-4 
  3. Brian Garrett (2011). What Is This Thing Called Metaphysics?. [S.l.]: Taylor & Francis. pp. 54–55. ISBN 978-1-136-79269-4 

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